Battlefield 4 é o novo capítulo da popular série de jogos de tiro produzidos pela DICE e Eletronic Arts. Focado no amadurecimento de ideias e mecânicas vistas em Battlefield 3, o jogo sofre na parte gráfica e pouco inova, mas se mantém forte no páreo pelo título de FPS mais aclamado entre os fãs. Confira a nossa análise:
Review: Battlefield 4 faz o seu retorno com diversão e
problemas gráficos (Foto: Divulgação)
De volta aos campos de batalha
Uma campanha curta e grossa, cheia de cenas de ação e explosões cinematográficas, e um multiplayer com diversos modos, mapas e opções de equipamentos. Nos últimos anos, essa é a receita básica para um FPS de sucesso, especificamente lançados no final do ano.
Battlefield 4 em momento algum tenta fugir da fórmula que o consagrou como um dos melhores jogos de tiro em primeira pessoa do mercado. A sequência do explosivo BF3, lançado no final de 2011, chega aos consoles e computadores jogando seguro, com uma seleção de mapas interessantes e algumas melhorias em seu gameplay.
Como opção de iniciação no mundo de BF4, aparece a campanha single player, que mais funciona como um grande tutorial, mostrando todos os comandos e possibilidades do jogo. Durante as poucas quatro ou cinco horas de gameplay, o jogador passeará por todas as situações de combate clássicas, como tiroteios em pequenos espaços, uso de rifles de precisão, controle de barcos e outros diversos veículos.
Os ambientes também são variados, indo de tensas passagens noturnas até montes gelados e prédios aos pedaços. Todo o conteúdo foi cuidadosamente trabalhado para exibir as capacidades gráficas do game, que mesmo na transição entre as gerações, espanta pelo nível de detalhamento.
Com ou sem drama e explosões, não são necessários mais de trinta minutos na campanha para se cansar do ritmo extremamente repetitivo imposto pelo game. Todos os recursos do enredo são meramente uma desculpa para empurrar o jogador por um corredor, onde o desfecho é sempre uma longa e chata troca de tiros contra adversários dotados de inteligência artificial bastante primária.
Review: Battlefield 4 faz o seu retorno com diversão e problemas gráficos (Foto: Divulgação)
Febre multiplayer
Não é preciso ser um grande conhecedor do universo dos FPS para saber que o grande interesse dos jogadores mora no modo multiplayer online. Como o esperado, é exatamente nessa modalidade que Battlefield 4 mostra o seu melhor.
Como nas versões anteriores, o soldado virtual pode optar entre uma variedade de modos de jogo, desde o simples Team Deathmatch, que coloca duas equipes se enfrentando em um mata-mata, até os mais complexos Conquest e Domination, que requerem o trabalho em grupo das equipes em prol da conquista e defesa de bandeiras espalhadas pelo mapa.
O jogo usa um sistema de níveis para premiar o desempenho dos jogadores com novas armas, camuflagens e equipamentos, como miras telescópicas, minas e lançadores de mísseis. Os itens são interessantes e, além de adicionarem uma enorme variedade de combinações, incentivam o jogador a buscar novas recompensas.
O jogo conta com uma lista de dez mapas, que claramente têm fortes influências das mais populares arenas de BF3 e Bad Company 2. Os ambientes chamam a atenção pelas enormes possibilidades criadas pela destruição de paredes, objetos e até prédios inteiros.
O tamanho dos mapas é definido pelo modo de jogo escolhido, o que pode adicionar ou remover os veículos disponíveis para os soldados. O problema é que alguns deles parecem funcionar extremamente mal em algumas modalidades, como visto no mapa Área Alagada, que é divertido em modos mais simples como o DeathMatch, mas parece um tanto complicado e injusto em Domination e Conquest.
Os veículos ainda são algumas das principais armas para a destruição em massa de inimigos. Helicópteros, tanques de guerra e aviões caça são absolutamente letais, mas precisam de certa experiência para serem manejados de forma adequada, sob o risco de se tornar uma presa fácil para soldados em terra armados de lançadores e minas.
Review: Battlefield 4 faz o seu retorno com diversão e problemas gráficos (Foto: Divulgação)
Mira afiada
O núcleo da jogabilidade de Battlefield foi mantido praticamente intacto, mas isso não impediu o jogo de evoluir em alguns aspectos. Os soldados, por exemplo, parecem ainda mais rápidos e ágeis ao realizarem tarefas como correr e saltar por obstáculos.
A mira, em sua configuração padrão, também parece rápida e precisa, mantendo a boa sensação de controle sob a arma. Ainda foi adicionada a opção de se apoiar em paredes ou objetos antes de disparar, garantindo precisão e cobertura do soldado.
Porém a maior mudança foi no esquema de controles, que abandonou o padrão seguindo há tempos pela franquia. Em Battlefield 4, os controles funcionam exatamente como em Call of Duty, com facadas ativadas pelo analógico direito e a opção de se abaixar ou deitar nos botões B ou bola (360, PS3). Claro, é possível configurar os comandos de volta ao velho esquema, mas as mudanças fizeram bem ao game, já que o padrão adotado é o mais popular nos jogos FPS.
Review: Battlefield 4 faz o seu retorno com diversão e problemas gráficos (Foto: Divulgação)
Derrapada visual
Os gráficos são sempre um ponto polêmico na série Battlefield, especialmente pelas diferenças entre as versões para consoles e PC. Como esperado, os computadores receberam um BF4 mais polido e cheio de efeitos de luz e partículas, suportados pelo poder das placas de vídeo e processadores modernos.
Já as versões para Xbox 360 e Playstation 3 infelizmente sofrem com a idade avançada do hardware dos consoles. Em praticamente todos os momentos, Battlefield 4 parece um tanto mais truncado e menos detalhado do que seu antecessor, Battlefield 3, lançado no já distante ano de 2011.
Os consoles mostram dificuldades constrangedoras no carregamento de texturas, que aparecem bem em frente aos olhos dos jogadores, assim como objetos e partes da vegetação. A taxa de quadros por segundo (framerate) também é bastante temperamental, oscilando violentamente entre passagens mais calmas e as mais movimentadas. Não é difícil encontrar a versão para os consoles da atual geração rodando bem abaixo dos 30 trames por segundo em alguns momentos, o que torna tudo bastante lento e feio.
Para completar, serrilhado e texturas em baixa resolução tornam Battlefield 4 uma experiência visual sofrível, tanto no Xbox 360 quanto no PlayStation 3. Mas mesmo com um jogo recheado de problemas visuais, os fãs da franquia devem conseguir aproveitar o multiplayer sem maiores complicações.
Os problemas mais graves, entretanto, parecem estar somente no modo multiplayer. Na campanha para um jogador, mesmo nos consoles, o jogo parece um tanto mais bonito e detalhado, com efeitos e texturas bastante avançados.
Trilha sonora impecável
A parte sonora, felizmente está bem acima do visual, assim como dos jogos da concorrência. Os estampidos produzidos pelo disparo das armas são retratados de forma extremamente fiel no jogo. É fácil distinguir os estouros acontecidos ao ar livre, ou em um enorme barracão.
Roncos de veículos, passos de soldados e os sons dos cenários, como o balançar de árvores ou de chamas também são incríveis, imergindo o jogador na ação. Vale a pena experimentar o modo multiplayer com fones de ouvido de boa qualidade.
Como conteúdo extra, a EA ainda oferece o serviço Battlefield Premium, que garante acesso a todos os DLCs do jogo com antecedência, além de desbloquear uma variedade de perfumarias, como novas dogtags e pinturas para as armas do jogo. O serviço é uma opção interessante, mas parece um tanto caro (quase o valor do jogo completo) para ser adquirido logo nos primeiros dias de vida do game.
Review: Battlefield 4 faz o seu retorno com diversão e problemas gráficos (Foto: Divulgação)
Conclusão
Battlefield 4 volta para ocupar um lugar que é seu. Mesmo com problemas em sua parte visual, o jogo mantém o apelo forte com os fãs de FPS, apresentando jogabilidade equilibrada, ótima lista de mapas e toneladas de opções de armas e equipamentos. Vale experimentar.
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